quinta-feira, 21 de março de 2019

Encontros Inesperados.

13:05 0 Comments
Encontros Inesperados - Crônicas de 1 9 9 7

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"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."
Vinicius de Moraes.

Eu queria ser direta e contar tudo, mas eu aprendi que a beleza da vida estão nos detalhes, lindos, pequenos, que escondem grandes mistérios e maravilhas. E, é, assim em meio aos detalhes que contarei o dia de um encontro acidental.

Em muitos momentos de nossas vidas nos pegamos em uma situação difícil e, aparentemente, sem solução. Não adianta pensarmos, a única coisa que paira sobre nossas mentes é o problema, que a cada dia cresce e vai nos consumindo.

O problema logo se torna uma doença, e quem dera afetasse diretamente o corpo, mas ela afeta a mente. A nossa pobre e mortal mente que não consegue sofrer sozinha, ela atinge o corpo, atinge o emocional, atinge os relacionamentos. Tudo nos sufoca e dói. 

E naquela noite de domingo tudo estava doendo. O peito apertado sufocava, a respiração estava ofegante e não era de quem tinha corrido 20km, a respiração difícil e pesada era de alguém que não conseguia sentir o ar em seus pulmões. 

Desesperada e inquieta, nossa protagonista, precisava urgentemente de ar. Levantou-se de sua cama, vestiu uma roupa de ginástica, calçou seu tênis azulado e se pôs para fora. "Caminhar talvez alivie", pensou. 

Cada passo pesado e lento foi se tornando suave ao sentir uma brisa gelada do vento, naquela noite escura, em seu rosto. 

"(...) Mudanças. O peculiar delas é que são precedidas de um fator trágico. Ninguém muda por que quer, o "bom" acomoda, por mais que existam "melhores", poucas pessoas arriscam sair do "bom" por medo, por satisfação, por acomadação para arriscar pelo desconhecido.
E, quando elas vêm, não avisam, são como um soco no estômago que latejam, nos deixam sem ar, imóveis..." Dizia em sussurro a garota, enquanto caminhava pela rua deserta e escura. 

Quanto mais falava, mais o peso diminuía, alguém escutava e ela começou a desabafar diretamente para Ele. A avenida tinha o movimento de poucos carros, o céu não estava estrelado e a lua era distante. 

Depois da diminuição, momentânea da dor, a garota resolveu caminhar até a praça para tomar um sorvete de chocolate, banal, mas ela sabia que algo tão pequeno, também, a ajudaria a buscar a cura para sua doença. 

A praça central, àquela hora, era cheia de jovens, muitos perdidos, que assim como ele buscavam um alívio para seus problemas. Os amigos, as bebidas e drogas amorteciam a dor, no fundo não queriam resolver seus problemas, já estavam acomodados a eles. 

Por mágica ou apenas coincidência a garota ao atravessar a rua se deparou com um homem alto, de boné, segurando um copo de açaí numa mão enquanto falava ao telefone. 

Acenou e disse "Oi" com um certo entusiasmo... 

Após 02 anos ali estava o não tão velho professor, mais magro, branco sulista de barbicha com cavanhaque e sua aluna que mantinha as mesmas feições só que agora possuía um olhar cansado e distante. 

Entre um aperto de mão e um abraço sem tanto contato corporal, típico de pessoas que não gostam de demonstrar afeto com o toque, os dois se olharam e viram tempos antigos. 

Resolveram atrevessar a rua para colocarem o papo em dia, em pé, aguardaram até que um grupo de adolescente sentados no banco ao lado saíssem para que pudessem sentar. 

Agora, já sentados, faziam as perguntas cotidianas e clichês até que o diálogo surgiu e foi, justamente, começado de um trauma vivido que levou a uma mudança radical. 

Ao escutar atentamente os fatos posteriores a doença provocada pelo problema que seu professor viveu ela viu naquilo tudo um pequeno vídeo dos acontecimentos já vividos, especificamente todos os seus problemas, dores e injustiças. 

No fim da conversa já falavam de esquilos, artigos e da Europa. Mas aquilo não ficaria gravado em sua mente. As palavras que voltou sussurrando, depois de se despedir de seu antigo professor e comprar um sorvete misto (já que não tinha mais de chocolate) essas sim mudariam sua vida.

"Meus problemas só crescem porque eu também cresço. Por mais que doam, sempre haverá uma ponta de esperança, um pedaço de fé para não me deixarem cair, para impedirem que eu me afogue no mar injusto e tormento da vida." 

Repetia consigo mesma a fala de seu professor naquela noite que ela mesma completou "A vida é rápida demais para ficarmos acomodados, curta para não aproveitarmos o que realmente nos importa nesse mundo e surpreendente para que possamos mudar sempre e só assim alcançarmos algo mais forte... Por mais que doa." 

Na sua volta ela ainda sentia a dor e a cada passo que seguia de frente para seu problema via sua alma entristecer e o ar faltar... Ela sabia que continuaria a sofrer, mas que não seria para sempre e agora só deveria agradecer. 
Rosa Lícia R. de Oliveira

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

"Quereres" Since 1 9 9 7

19:11 0 Comments


Quereres
Since 1 9 9 7


Queria saber falar o que sinto, assim como os sentimentos passam para o papel através das minhas mãos.
Queria viver o que sonho, queria sonhar o que vivo.
Queria poder voar, sumir e reaparecer a qualquer momento

Mergulhar no mais fundo dos oceanos e ver as estrelas brilharem no céu sentindo as águas passarem por meu corpo.
Queria não me perguntar o “se”, queria saber decidir rapidamente
Sorrir sem ter que ignorar o que está ao meu lado.
Fazer algo para mudar... Mas o que eu mudaria? ...

Queria ter algo para cantar e fazer os pássaros dançarem ao som da minha voz
Queria desenhar a imensidão de seus olhos
Escrever uma linda história, viver uma grande aventura e ter um final feliz.

Mas por enquanto a gente vai cantando o que vier de dentro de nós,
Escrevendo as nossas vidas
Desenhando as belezas escondidas que estão em todos os lugares
Vivendo conforme a inspiração e a vontade.
Fazendo artes em ações, observando e refletindo os nossos atos.

Relembrar para aprender com quem um dia fomos,
Viver quem somos e sonhar com quem queremos ser (...)
Abraçando todas as felicidades, sejam as pequenas ou grandes, da vida.


Então, sem “queria”, chegaremos ao final feliz da história de nossas vidas.
 Escritas por nossas mãos, desenhadas por nossos momentos, cantadas por nós em uma roda de velhos amigos.
Tudo porque esquecemos os porquês, paramos de ter medo, de sermos indecisos.
Apenas confiamos e vivemos.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Muros

19:03 4 Comments

 "Muitos homens devem a grandeza da sua vida aos obstáculos que tiveram que vencer."
- C. H. Spurgeon



  Em certo sábado, cujo trabalhei o dia inteiro, o fim do expediente foi a melhor parte daquele dia totalmente cansativo e estressante. O que me manteve de pé? Foi a certeza de que logo estaria em meu lar. Ao sair, descendo pela rua, com o sol se pondo, o meu corpo estava pesado, minha mente cansada e meus olhos mal viam o caminho que seguia, no entanto minha alma manteve a esperança de estar deitada, descansando e comendo em breve. 

  Após aproximadamente 30 minutos cheguei na minha casa, já era noite e a rua estava deserta. Ansiosa toquei a campainha uma, duas, três vezes e não obtive resposta. Não havia nenhuma pessoa em casa, respirei fundo, e peguei minha chave dentro da bolsa, olhei as pequenas chaves misturadas e não identifiquei nenhuma que fosse do portão, mantendo a calma comecei a testar uma a uma repetidas vezes e nada. 

  Peguei meu celular na esperança de falar com alguém, mas minhas ligações não foram atendidas e minha bateria havia se esgotado desligando o celular. Escorei no portão e fiquei olhando o céu vazio, logo, notei que estava sozinha em uma rua sem movimento numa cidade violenta, cheia de assaltos, roubos e outros crimes horríveis. O medo começou a me alertar de que estar ali não era uma boa ideia. 

  Mas para onde iria? Perguntei a mim mesma, a resposta foi o silêncio da noite que me envolvia. O que faria? Olhei para trás e respondi "pularei o muro" ri, nunca havia pulado um muro na minha vida. Sou tão pequena e esse muro é enorme. Nunca fiz isso, posso cair, me machucar e quem iria me ajudar?!

  Vários argumentos tentavam rebater a minha ideia de pular o muro, mas nenhum deles traziam uma solução melhor para o meu estado atual. Respirei e fiquei parada alguns minutos olhando para o muro. Tomei coragem e comecei a subi-lo, não sei descrever como eu fiz aquilo, mas eu consegui chegar ao topo dele, ofegante e com os joelhos ralados.

  Havia conseguido! Eu nunca fiz aquilo, parecia tão difícil, impossível, mas lá estava eu, sentada olhando a lua. Naquele momento eu tentei me acalmar, estava ofegante e muito feliz e comecei a refletir sobre algumas coisas na minha vida. 

  Quantas vezes eu deixei de tentar algo por medo, por nunca ter feito ou por duvidar das minhas capacidades? Quantos muros eu deixei de subir por me considerar pequena, por estar só, por medo ou por nunca ter feito antes? 

  Era um muro enorme, assustador que me desafiou e eu consegui chegar lá, mas na minha vida perdi grandes oportunidades de saber o que me esperava do outro lado por medo de tentar subir. 

  O prêmio que me esperava era um bom banho, segurança, comida e descanso, mas haviam milhares de coisas simples, essenciais, grandes que perdi durante os caminhos que percorri.

  Aqueles pensamentos me faziam companhia sentada ao observar a rua e repentinamente percebi que não tinha acabado, que precisava terminar de pular o muro, olhei para baixo e senti mais medo do que subir, agora faltava tão pouco e me faltava muita coragem. 

 Respirei novamente e me peguei em mais pensamentos; quantos caminhos eu não terminei, não porque não deveria, por me faltar coragem de prosseguir? Quantas oportunidades foram perdidas por minha falta de fé em mim mesma e no meu Senhor? Existem caminhos que deixamos porque entendemos ser necessários e outros simplesmente abandonamos por medo de continuar, de terminar. 

 Lembrei-me de uma frase de Buda em que dizia "A causa da derrota, não está nos obstáculos, ou no rigor das circunstâncias, está na falta de determinação e desistência da própria pessoa." Eu fui derrotada muitas vezes, mas não por muros, obstáculos, por mim, apunhalada por minha covardia e falta de coragem. Comecei a descer o muro. 

 Fiquei dependurada no muro, ralei meus pulsos e até machuquei minha barriga na descida, entretanto eu consegui. Consegui pular o muro. Confesso, dancei muito comemorando. Durante o banho a água gelada escorria por meu corpo fazendo meus arranhados arderem então pensei " Sempre terei machucados durante minhas caminhas para conquistar os meus sonhos e objetivos." 

 Pode parecer algo insignificante e talvez o seja, mas o muro, ter que pular, descer e ver os machucados me fizeram refletir sobre os muros da vida, não são fáceis, muitas vezes grandes, com obstáculos, mas se quisesse chegar ao outro lado teria que estar pronta para enfrentá-los acreditando em mim e seguindo em frente estando preparada para os ferimentos que conseguirei, ter sabedoria ao conquistar o que tanto quis e não criar expectavas sobre o que acharei do outro lado do muro, no fim do caminho. 

 No fim o que encontramos no fim da estrada não se compara com o que aprendemos e vivemos ao longo do caminho. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Leitura para as Férias! (Dicas de Leitura)

17:47 0 Comments

Simplesmente Leia.

~Via Tumblr


Para quem não vai viajar nessas férias e não sabe ainda o que fazer não se preocupe porque existem maneiras bem legais de aproveita-las em casa mesmo através da leitura.
Os livros, como todos sabem, são fontes de conhecimento, são divertidos e através deles conhecemos pessoas, novos lugares e culturas. Por isso vou recomendar para vocês ótimos livros que li e amei para colorir um pouco mais as férias de quem não pretende ou por algum motivo não vai viajar. Para facilitar e tentar abranger todos os gêneros de livros  dividi em categorias.


Romance Policial

 O primeiro da lista (meu gênero preferido de livro)
Vamos começar pelos clássicos de Agatha Christie, já escrevi resenhas sobre alguns de seus livros e particularmente gosto muito. Seu modo de escrever é simples e suas histórias são fascinantes e envolvem o leitor de uma maneira surpreendente.
  1. Depois do Funeral, Agatha Christie;
  2. Os relógios, Agatha Christie;
  3. Os crimes ABC, também da Agatha Christie;
  4. O chamado do cuco, Robert Galbraith.

Os livros atuais de investigação não estou acompanhando, mas um dos últimos que li me impressionou. O chamado do Cuco é um livro que trás novidades para o mundo dos detetives, mesmo mantendo a atmosfera clássica, com uma nova dupla peculiar e cheias de problemas financeiros e sentimentais o autor  Robert Galbraith (um pseudônimo) começa uma série emocionante de mistérios.


Aventura-Ação

Adoraria ter tempo para ler livros de aventura e ação, mas a faculdade e o trabalho ocupam a maior parte do tempo. E confesso faz muito tempo que não leio um bom livro de aventura e/ou ação. Mesmo assim indicarei dois.
 Quem nunca leu ou ouviu falar em Sidney Sheldon?! A minha primeira indicação dessa categoria será a "Ira dos Anjos'' desse incrível autor. Li vários e sempre me apaixonei por suas histórias. Nesse livro Sheldon coloca uma boa dose de aventura com muita ação na vida de uma advogada recém-formada. É um livro completo para quem quer aventura, ação, emoção e um pouco de romance. Super recomendo e inclusive é uma boa leitura para os futuros advogados.
  1. A Ira dos Anjos, Sidney Sheldon.
  2. As Crônicas do Kane, Rick Riordan.

Rick Riordan é conhecido pela saga de "Percy Jackson e os Olimpianos" escreveu, também, muitos outros livros, inclusive de mistério, e um deles é a sequência de livros intitulados por "As crônicas do Kane". Nessa obra Riordan aborda muito bem a mitologia egípcia, esquecida muitas vezes; e traz uma incrível aventura vivida por duas crianças. Mistério, suspense, ação e aventura não faltam nessa obra. O primeiro livro das crônicas é "A Pirâmide Vermelha". A leitura é de fácil entendimento, a história é envolvente, cheia de aventuras e para quem gosta de mitologia vale a pena ler para conhecer mais sobre a mitologia egípcia. Um ótimo livro para ser lido nessas férias!

Auto-Ajuda

Muita calma nessa hora, não leio auto ajuda, mesmo achando alguns livros bons e não tenho nada contra quem ler. Nessa categoria vou recomendar um único livro que é muito especial para mim. "Quem mexeu no meu queijo?" é um livro de auto-ajuda e motivacional do Dr. Spencer Johnson, com uma linguagem simples o livro conta a história de dois ratinhos e dois homenzinhos que vivem em um labirinto atrás de queijo. Parece ser um livro de criança e muitos acabam julgando pela capa, mas garanto é um ótimo livro para as pessoas que estão passando por mudanças, seja na vida profissional, amorosa ou até mudança de cidade, escola, casa. De forma simples esse livro nos ensina muito. Para aqueles que estão ou vão viver grandes mudanças durante esse ano é importante essa leitura porque nos prepara para as grandes revira-voltas de certa forma. Recomendo e será um tempo bem gasto para quem ler.
  1.  Quem mexeu no meu queijo, Spencer Johnson.


Essa é a primeira parte das dicas de leitura para as férias. Na próxima publicação indicarei livros dos gêneros de romance, ficção, fantasia e 'falarei' sobre alguns clássicos da literatura brasileira, até breve.  
Durante algum tempo indeterminado estarei sem facebook por decisão própria, mas para quem quiser acompanhar mais novidades do blog e até mandar mensagens com dicas e etc. pode seguir meu instagram Rosa Lícia Oliveira ou rosa.licia.









sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Reflexão!

19:57 0 Comments

 

"Nenhum homem é uma Ilha isolada..."

-John Donne.



   Hoje, em mais uma agradável manhã sentada, atendendo os clientes, uma simpática senhora olhou-me e disse: "Nenhum homem é uma ilha...". Sorri e concordei, enquanto pensava em todas as relações que os serem humanos têm; ligações que formam teias tão delicadas que quando quebradas causam instabilidade por toda parte dela. Lembrei-me que foi uma relação de minutos que trouxe uma linda jovem a óbito na Inglaterra. Lembrei-me das ligações que afetam o mais distante ou quem se quer faz parte. Ligações feitas a todo instante e em todos lugares; combinações de pessoas e explosão de outras. Tantos elos são criados, tantos são quebrados... Minha mente vagou em poucos minutos por todas as relações que me cercavam, aquelas da qual eu fazia parte e aquela que eu construía a cada dia. Todo ser constrói e participa de teias que nunca, nem depois da morte, são quebradas. Pouco tempo depois a olhei, não com o mesmo sorriso,mas desejando ser uma ilha. A senhora sorridente ao receber o troco, fitou-me e sussurrou:
  
  - Por mais assustadoras que possam ser as consequências de "não ser uma ilha", é necessário para entendermos quem somos nesse vasto oceano chamado vida.

  Entreguei-lhe o troco, sorri novamente e ela se despediu. Observei a senhora ao sair do mercado e ir embora. Pensei "Todo dia há algo para aprender nessa rotina que me surpreende cada vez mais."

Rosa Lícia Oliveira